Ternura amarrotada...
Puxo sobre os teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te lentamente,
e é ternura também que vou vestindo
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
(David Mourão-Ferreira)
1 Comments:
At segunda set. 18, 02:21:00 da tarde, Isabel said…
Cheira a paixão, a amor desenfreado, como se o mundo acaba-se amnaha. É bom este estado de amor. O coração pulsa muito mais, os olhos brilham como farois... Ai paixão, paixão. Jinhos. Isabel
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